Monday, April 13, 2015

O Retorno do jovem Príncipe, por A.G.Roemmers




Sinopse
Inspirado em 'o pequeno príncipe', este livro fala do retorno do menino, já na adolescência, à terra. ao viajar sozinho no vazio da patagônia, um homem maduro encontra um adolescente desacordado e o socorre. quando o rapaz acorda, o homem percebe que não se trata de um jovem qualquer, mas de um famoso príncipe que cresceu e resolveu revisitar o planeta terra. os dois viajantes embarcam num diálogo que aborda questões existenciais. assim, a viagem de carro se transforma em uma trajetória espiritual, que abrange a transição da inocência à maturidade, do cotidiano ao transcendente e da tristeza à alegria.

     Com o aval dos netos e familiares de Antoine Sant-Exupéry, A.G.Roemmers aprofundou-se na história do Pequeno Príncipe, grande clássico em escala mundial, e o trouxe de volta à Terra, dessa vez já jovem, na transição para o mundo adulto; exatamente por isso, o jovem príncipe apresenta preocupações e questionamentos sobre o que está por vir, sobre quem se tornará.
     Na mesma linha poética e filosófica do clássico mundial, O Retorno do Jovem Príncipe aborda questões de vida, pensamentos e infelicidades que são comuns na vida adulta. O autor ambienta a história em uma de suas viagens pela Patagônia, onde encontrou o jovem príncipe - até então um jovem qualquer - deitado na beira da estrada. O autor o resgata e eles iniciam uma trajetória de grandes aprendizados acerca da vida, refletindo sobre questões do cotidiano, e como elas refletem o que está dentro de nós. 
     Durante todo o livro, diferentemente de em O Pequeno Príncipe, não é o jovem príncipe que nos passa as lições, mas sim o autor, que é aparentemente um resultado muito sábio de uma introspecção interior. Um aspecto que achei interessantíssimo na história é que ao final, o autor descobre que todas as tais lições foram aprendidas através dos questionamentos do jovem príncipe. Ele lhe passara conhecimento simplesmente por questionar, levando o autor - e consequentemente o leitor - a entender mais sobre o seu interior, e questionar sobre até que ponto as superficialidades da vida valem a pena.
     Entendo O Retorno do Jovem Príncipe como uma continuação de Pequeno Príncipe, mesmo que estes tenham sido escritos por diferentes autores. A história é um prato cheio de filosofia aplicada, e aprecio bastante a maneira como o autor abordou pontos relativos aos questionamentos da juventude, e justamente por isso, ao contrário de o Pequeno Príncipe, este livro não é delicado ou suave na mesma medida. Indico a todos os sonhadores ou fãs de O Pequeno Príncipe.


Trechos: "Por alguns momentos, pensei em como os adultos, com alertas que visam nossa própria proteção, fazem com que nos afastemos das outras pessoas, a ponto de que tocar um indivíduo, ou olhá-lo nos olhos, provoca um desconfortável sentimento de apreensão,"
"É impressionante como sempre presumimos que os outros seguem a mesma direção que nós."
"Enquanto você demora a enfrentar o obstáculo em seu caminho, a dificuldade se torna maior e você, menor. Em outras palavras, quanto mais tempo carrega um problema, mais pesado ele se torna."
"Como nossa vida seria mais positiva, se parássemos de nos julgar e julgar os outros, se não reclamássemos sobre todos os tipos de inconveniências e deixássemos de torturar a nós mesmos, perguntando se merecemos ou se poderíamos ter evitado as dificuldades que nos confrontam. E se, em vez disso, aplicássemos nossos talentos para solucionar os problemas e aceitar o que não pode ser mudado!"
"(...) tudo o que nos perturba no mundo exterior é um sinal da falta de reconciliação com um princípio análogo em nosso interior. (...) É como se a avareza de outra pessoa só pudesse perturbar alguém que é avarento, pois um indivíduo generoso consideraria esse atributo apenas um fato, sem ser muito afetado por ele."
"Só existe uma maneira de mudar o mundo: mudar a si mesmo."
"Você não deve se fechar a outras pessoas enquanto estiver procurando um amigo."
"Nenhuma conquista oferece uma recompensa maior que a conquista do nosso próprio ser."
"Pensar que a felicidade depende de se possuir alguma coisa é uma autoilusão reconfortante. Como depende de ter, não de ser, buscamos algo que está fora de nós. Assim, não precisamos olhar para nosso interior. De acordo com essa forma de raciocínio, podemos ser felizes sem mudarmos nossa maneira de ser. Basta obter isto e aquilo."
"Os seres humanos não podem dar o melhor de si, como seu amor e sua força criativa, se não estiverem livres."
"A felicidade não é tanto o objetivo final que alcançamos, como se fosse a estação final de um trem, mas um modo de viajar, ou seja, de viver."




Depressão pós-livro: 80%
Avaliação Final: 90%

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