Monday, March 30, 2015

Mathilda Savitch, por Victor Lodato



Sinopse
     Mathilda Savitch tem conflitos que extrapolam as dores comuns da adolescência: sua irmã mais velha é brutalmente assassinada, jogada na frente de um trem por um desconhecido. Com a angústia de uma nação em guerra contra o terrorismo e os pais enlutados pela tragédia familiar, Mathilda decide usar a maldade para provocar alguma reação neles, que estão completamente catatônicos. Eleito o melhor livro de 2009 pelo The Christian Science Monitor, pela Booklist e pelo The Globe and Mail, o romance de estreia do poeta e dramaturgo Victor Lodato retrata, de maneira impressionante, a vulnerabilidade e a aparente ousadia adolescente.


     Por ser um livro da autoria de um poeta, vejo em Mathilda Savitch uma história sempre com duas faces, reinada pela subjetividade que só a poesia possui, e ao mesmo tempo a certeza que esta traz. Mathilda passa pela transição da infância para a adolescência, e como se os monstros internos da mudança não fossem suficientes, sua irmã mais velha foi assassinada ao ser jogada na frente de um trem por um desconhecido, e seus pais tornaram-se zumbis e nunca se recuperaram da tragédia.
     Enquanto passa pelo processo de auto descoberta, Mathilda deixa florescer sua maldade adolescente e tenta a todo momento provocar seus pais e o mundo ao seu redor. Sente que não há mais reação, e é isso o que busca, uma reação. A história mantém-se a uma velocidade constante, por mais que hajam atitudes que confiram ação à obra, o seu próprio tom de poesia inibe essa ação, tornando-a um tanto parada. Diria que esse livro é para o tipo de leitor que busca fatos e não ações, drama poético e não aventura.
     Mathilda prova ser uma personagem de coragem ao tentar buscar respostas para a morte da irmã. Quando percebeu que o mundo não reagiria, ela mesma reagiu e foi atrás da verdade. É interessante analisar os dois lados em constante luta dentro dela, a criança sincera e a adolescente nada inocente e cheia de ideias. Indicaria esse livro para amantes da poesia e prosa.


Trechos: " Há muito pouca imaginação no mundo. Uma pessoa como eu fica basicamente sozinha. Se eu quiser viver no mesmo mundo que as outras pessoas, tenho que fazer um esforço especial."
" No mundo há coisas bonitas e coisas tristes e, quando elas se juntam, formam uma estrela. A luz é muito distante, e o mais estranho é que ela fica dentro da gente. Só que, por mais que a pessoa olhe, nunca pode ver a estrela em si, vê apenas o reflexo dela num lago, que também fica dentro da gente."




Depressão-pós-livro: 69%
Avaliação Final: 65%

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